quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Doces palavras, amargas palavras...

A língua se não fosse ácida
talvez corroesse menos as palavras
quando esta fosse desferida 

Quando cuspidas
algumas sobram e são respingadas 
e atingem os ouvidos

o cérebro sempre enclausurado 
regurgita pela boca 
outras ácidas palavras 
que ora engole com a cabeça
pelos ouvidos. 

Palavras mastigadas
chegam a incomodar e a entupir os ouvidos
faladas ou engolidas
a gula das palavras 
muitas vezes bastam
as vezes gosto de ouvir não as palavras,
mais os sentidos.     


Ramon Cristóvão

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Tem três poesias que eu gosto muito aí, escolhe uma pro blog:

(os bastidores por dentro da obra, email do amigo Bruno quando o convidei para me presentear com um de seus escritos para publicar  no blog, não posso escolher, só repassar.)
 
.

Nunca mais pude errar
nunca mais pude sofrer
nunca mais pude ter
certeza sobre nada
nem sobre mim mesmo
nem sobre o dia
nem sobre o meu
nunca mais
 
nunca mais pude ver
aquela areia branca
já nem lembrava
que era branca
nem que era areia
 
nunca mais pude sentir
o amargo na boca
e depois o doce
nem só o doce
nem a boca
nem nunca mais
já nem lembrava que nunca mais existia
nem nunca mais existiu a lembrança
até que um dia a lembrança veio
e foi
e nunca mais
nunca mais
até mais
nunca
 
.
dei por certo
o que era errado
sem saber
que o errado era eu
pois estava certo
certo de que estava errado
e errando
acertei
 
.
A vida
   bebida
      topada
         caída
            na estrada
               cagada
                  pisada
                     e cuspida.
 

Bruno Gonzaga

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

!estranho alguém

Mãe de um dias pra cá tenho estando um pouco estranho, meu nariz esta meio avermelhado, mas não tem nada haver com resfriado nem mesmo me deixei pegar muito sol... Talvez.. eu não sei ao certo se isso é possível de pegar, nem o que de fato pode ser isso, mas há alguns dias encontrei com um alguém e era alguém muito alguém mesmo, ele estava lá pulando todo feliz e fazendo várias pessoas sorrirem e aquilo me chamou muita atenção e em um momento ele se aproximou de mim e me fez uma careta, eu achei engraçado e na oportunidade perguntei a ele porque seu nariz era tão vermelho ou mesmo porque não penteava os cabelos e o porque do corpo ser normal e os pés tão grandes... Ele não me respondeu nada e sorriu pra mim e saiu pulando de novo fazendo mais uma vez os outros felizes.. Com minhas deduções acredito que era um homem feliz por mesmo ter o nariz muito vermelho e os pés grandes com cabelo arrepiado ele era um estranho homem feliz que fazia bem as pessoas ao redor... Confesso que passei a admira-lo, por todas estas imperfeições que ele fazia questão de ressaltar e não parecia se deixar abater por isso, nem tão pouco me parecia infeliz... gosto muito deste alguém desde daquele dia. Aí... me da licença mãe meus sapatos estão muito apertados, vou por uma sandália e já volto... 


Ramon Cristóvão

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amo-te futurista
amo-te futebol
amo a tudo
amo a vida
amo o sol
amo a lua
essa como outras tanto amo.

Eu me amo
como Roger se ama também
viva a vida
viva
amém.
Viva!!!


Ramon Cristóvão
serei sensível a gota d'agua que cai sobre o chão 
fazendo desenho abstrato e um 
caminho com vários braços até chegar no esgoto e parar ao mar.








Maurício Maciel

A universal filmes apresenta... "O grito universal" (dublado para a criançada)





Idioma:
                                 English
                                    Espanhol
                                     Française
                                     Português
                           etc

Legenda:
                                 English
                                    Espanhol
                                     Française
                                     Português
                           etc

Já nas locadoras!

Ramon Cristóvão
(obra o grito de Edvard Munch)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010



O primeiro beijo
a primeira vez
tudo tem seu tempo e seu lugar
nenhum surtirá tanto agrado caso não ocorra no seu devido espaço de tempo e lugar
o beijo não compreendido vira uma boca com outra
o sexo uma introdução ou quem sabe apenas um estímulo...

a arte é um instante 
o sentimento se faz presente de acordo com a disposição do receptor
e muito mais do que um porque ou algo semelhante
a arte é excitante
e como a fotografia acima
só me agrada 
se eu me deixar tocar. 
eu deixo...


Ramon Cristóvão




Meus pensamentos são iguais ao vento
não avisam o cata-vento
que corta com suas lâminas o ar
 vigiando sempre ao seu redor
preso a um tripé 
podendo um dia pegar seu rumo
sem uma direção no espaço 
por vontade de não ser estimulado
e sim se estimular 







Maurício Maciel 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

é O QUE?

limitação mental
retração sentimental
introspecção afetiva
texto batido
frase repetida
papel filosófico
importância social
honorário menino
motor parado
vento fingido
mar adocicado
seda robusta
madeira oca
eco quebrado
chita kong
lorde plebeu
labirinto perdido
carro enguiçado
lã cavada
liso fino
peito pobre
couraça arriada
bucho menino
pedra deitada
elefante anão
girafa encolhida
louco desvairado
olhar captado
gosto vendido
luxo beleza
sapo perdido
rato sapato
chão mato
chá metido
trouxa lavada
sentido sentido


Ramon Cristóvão

Docinha

Benditas frases de impacto com poder de reflexão,
quantos para-choques e muita boleia
quantas frases íntimas e elaboras para pouquíssimas mentes deveras fraterna
quanta lorota
quanta merda
amor com dor
arroz com feijão
Santa boleia
Bendito home caminhão.


Ramon Cristóvão  

Fé astuta

Um filho e um pai
Amém 

Você que ir pro céu?

- Sim

E você ama a Deus?

- Não. É que eu tenho medo do Diabo.
Ramon Cristóvão

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sinto muito cheiro
sinto muito mundo
sinto muita gente
sinto vendo tudo

seria breve a passeio
incômodo se fosse tudo
saborear o que é bom
da um gosto exótico
com porções de um lugar sujo

nas esquinas a doentes
nos prédios lordes em veludo
nas praias muita gente

mesmo e sempre
o mar ainda quando quiser vem e cobre tudo
desde aqui até ai
com água de sal ou de barro
tanto ele quanto o céu
o mundo ainda é vasto
e mais vasto ainda é o próprio mundo.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo não seria uma rima
seria uma variação.

pois é...
então



Ramon Cristóvão

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

As palavras na maioria das vezes são mais vaidosas que os sentimentos.
Vem cá sentimento, te falarei coisas bonitas e encerraremos com um abraço!
O sentimento por outro lado não fala nem espera o pedido, 
e transmite o abraço sem palavra.


Ramon Cristóvão

Eu sou feito das coisas que me rodeiam. (to afastando por um tempo pra vê o que acontece)

O desespero me chegou a boca,
essa coisa toda me faz balançar 
a casca é de um homem 
por dentro um menino correndo de um lado pro outro querendo se achar
(sou o tempo todo) 
ele ficou muito tempo rodando sem saber onde ir,
se eu respiro ele também precisa de ar
sinto e também sou gente 
e nem tão diferente sou igual a todos e quero amar.

Algo me consome a muito tempo
esse amor doente que me rouba pensamentos quando estou presente ou ausente,
espero ser humano e que tão perfurado quanto a qualquer outro eu possa ficar. 

Que me cortem com uma palavra ou com um gesto
e mesmo que a dor seja tamanha 
enquanto eu viver nesta terra de gigantes serei sempre um alvo pronto pra 
receber o corte, e quanto mais perfurado ainda sim não estou pronto pra matar.  
E na minha lápide ou na de outros acenara a memória de homens,
mas por leitura crua se lê 
"jaz aqui um futuro mato 
ou quem sabe um pé de baobá." 
 

Ramon Cristóvão

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tranque as portas, mas não esqueça das janelas.


O caso é simples. Outro dia cheguei em casa e quando abri a porta de cara me deparei com algo inusitado, de primeira fiquei inerte um pouco assustado, veja; um Cavalo preto e branco sentado no sofá da minha sala! Lendo uma revista como quem não quer nada, ele me viu chegando e não falou nada, pensei; “cavalo não fala”.
 Bom, até esse momento você pode esta imaginando toda essa cena na sua cabeça, mas fique despreocupado, não sou doente, nem mesmo você (ou será que somos pacificamente doentes?). O que me tranqüilizou é que era só um cavalo, a única que coisa que não pensei deve ser o mesmo que você deve esta pensando “como ele entrou?”, sito neste momento o que não falei antes, quando sai tinha deixado tudo trancado. E então pouco simpático ele me fala e isso eu pouco esperava.
- Você se espanta em ver um cavalo sentado na sala da sua casa, assim como também estranharia se te encontrasse sentado num galho de arvore em um lugar rodeado de cavalos.
Ele saltou a janela e foi embora.
Lembrei que tranquei a porta, mas deixei a janela aberta. Eu sabia que não seria tão descuidado de deixar a porta aberta.
 Ao final de tudo isso se você consegue visualizar esta situação, um cavalo preto e branco, lendo e sentado. Pense de novo e veja como sua mente se possibilita visualizar esta cena, por mais que você de fato não queira de alguma forma você vera na sua mente este fato nem tanto inusitado, leia de novo e observe ao redor e pense o que realmente te deixaria assustado.
Vou por grades na janela...


Ramon Cristóvão

ímpar ou par? ímpar e par!

Penso, logo envergo! 
já dizia o ditado...
é um ponto de vista pensar por um lado,
a cabeça e o corpo pesam,
obsoleto quase caio! 

Deixo este lado e vou pra perto de onde parece ser exato,
E tão distante me inquieto
E penso vendo o outro lado,
novamente envergo,
quase caio!

Como manter-me ereto?
- Saia do desequilíbrio, pense dos dois lados!

Meu pensamento esta equilibrado,
Ao invés de pensar, observo.
Mantenho-me ereto
E não peso pra nenhum lado,
E nesse estado eu penso ou observo?

Sinto
penso 
observo,
mas não caio.


Ramon Cristóvão




sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ponta


De todos os seres que há na terra
Gosto de ver um que roda e não sai do lugar,
As bailarinas fazedoras de ponta,
rodando em um eixo que passa dentro de si,
quem seria tão rude de não gostar?
 Bailarinas fazedoras de ponta 
fazedoras de en point.


Ramon Cristóvão

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fato viciado


Nesse itinerário infinito
Um adulto pré-moldado é aplicado na veia de uma criança todos os dias
Ate que por fim umas resistem, outras infelizmente cansam
E essa resistência é mostrada na adolescência a fase da rebeldia
Onde os sonhos e a realidade entram em conflito e onde enfim o mal nos alcança.

(Até que o adulto formado chega ao contento daquilo que lhe foi imposto, por uma concessão coletiva onde a verdade de um jovem por mais valida que seja, possa antes que criei raiz de imediato ser tolhida (é a vida), seria tolice dar vazão aos meus anseios encucados? Pague as contas, estude, seja grande pro mercado, pro mercado, pro mercado; idéia notória de uma maldade camuflada em várias pessoas grandes com reflexões tão lógicas que as exceções chegam a destroçar as que já tinham sido dadas por encerradas, e vem um ou outro e abre mais uma pauta dizendo “todo pensamento formado pode ser objeto de revisão, porque eu tenho que respeitar o tempo e espaço do momento”, onde de imediato pensar comum parece mais confortante, formular pensamento é muito intrigante, muito intrigante. A idéia destas pessoas ainda que retrucadas podem sim ser mais apaziguantes, talvez com déficit de eficiência, pois é mais fácil conceber o normal, o esplêndido por mais simples que seja sempre é relutante (os pré-moldados). Não sonhe e não se permita, não prove, não experimente, tenha identidade própria, mas não queira ser uma personalidade, aceite, não cobre, se conforme, chore sempre quando for pisado, se ponha na posição de coitado, ao invés de querer se forte, seja mais obvio, sejamos previsíveis, vamos nos mutilar, seremos eternamente tolos, a necessidade nos faz ser grande, a dificuldade me faz ser gente, e quando eu voltar a pensar, serei tamanho... Um rebelde tolo adolescente).

Na verdade é o processo de retirada de um bom espírito
Pra carapaça que nos servira a vida toda ate a rotulada melhor idade,
E chegando nesta idade este espírito é devolvido
E todo ser humano volta a ser
Um ser de verdade.


Ramon Cristóvão

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Gota
Gota
Gota

G             G              G

O               O              O

T                T                 T

A             A                     A

Gota....       Gota..... Gota.....  Gota.....  Gota...  Gota....   Gota.....    Gota
a a a g ot a ota ga ota oaaa otta ggooooaatttt ooottttaaagggg 

Poça
Poça
Poça 

poça poça           poça               poça                        poça                  poça
poça poça poça            poça   poça poça poça         poça  poça
poçapoçapoçapoçapoçapoçapoça
poçapoçapoçapoçapoça


Ramon Cristóvão

Anedotinha

"10 passos a trás pra da 20 pra frente"

os amigos entenderão...


Ramon Cristóvão

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Minuta


Quando o sol sair,
Guarda chuva.
Se ele voltar,
Guarda sol.

Buque de couve-flor
Com pétalas murchas,
A viúva enfim casou-se
 Com o espanhol

Se bem me quer,
 Serei sua.
Se mal me quer,
Vou embora.

Dentro do coração um cuco,
O amor
TIC TAC
Toda hora.

Ramon Cristóvão 




.



terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sem título


Sexo distinto,
Aroma de café com natureza,
Mesmo doce serei sujo.
Suspiro.

O que há de bom na terra
Vou dar-lhe o nome
 de
Beleza.

Isolado sou tudo, de longe ninguém (acontece)

Eu sou limpo,
Um homem sério e cortês.
Sou para o geral;
Referência.
Viva!
Ajo como nobre...
- Prazer!
Sou
Um
 Espelho.
- Sim,
 eu sei.

Vestido em fardas,
Vestidos longos,
De perto sou alguém,
Mas de longe eu sei
Que
Sou
Ninguém.






É...
Bem fácil de praticar
É só sentar o dedo
E esperar

A base do foda-se eu vou levando
Jogo a vida pro alto
E me fodo cantando
Lá Lá Lá Lálá ....aê!!
Repete repete

Eu vou tocando
Essa música de uma nota só
A base do foda-se eu vou levando

Tá tudo esculhambado
Nem precisa ajeitar.
O foda-se tá no automático
E foda-se se desligar
AÊÊÊÊ!!

Foda-se
Canto foda-se
Lá Lá Lá Lálá...



Ramon Cristóvão e Lara Nicolau

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Nem é bolero, mas da um efeito igual


Ela é uma autarquia
Criada pela Lei do Amor
Com finalidade única e exclusiva de viver


Lara Nicolau (Eu heterônimo dela)

Damos razão a Hobbes


Um dia um homem precisou de emprego
e nasceu o homem canibal.

Outro dia vários homens foram caçados
E criaram a relação social.

Eu sou mais um assassino do dia a dia,
Feliz caçada a nós!
 O homem é espécie do gênero;
Bicho ou animal?


Ramon Cristóvão

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Causo

Hoje eu fui ao Banco pela manhã
e nada me tomou mais a atenção
do que uma borboleta que estava voando dentro da agência,
antes de vê-la estava cheio de interrogações,
esqueci o que estava pensando
e só observei seu vôo despreocupado,
depois nem mais tão pensante
imaginei.

- Será que as minha indagações só vem porque posso estar voando nos lugares errados?

como não tinha intimidade com a exibida
nem lhe incomodei,
mas quando deixei a agência agradeci pela
beleza de ver que borboletas às vezes são bonitas sendo só borboletas,
e saí de lá apressado pois num posso ser banqueiro
e tem um monte delas do lado de fora
que ainda vão me distrair , quando eu estiver centrado nessas desnecessárias ou inquietas indagações.


Ramon Cristóvão
.

Anedota


"O lado bom de ser criança é não ser adulto..."


Ramon Cristóvão

Pra que ficar calçado se o bom é namorar pelado

Um tênis apertado
e meus pés calado,
e eu me calando...

Outro dia quando estava deitado
vi os dois de pé conversando, 
riam e falavam alto
sobre umas gêmeas
que estavam paquerando.
.
Suspirando
e apaixonados,
falavam alto
quase gritando,
me levantei e os deixei deitados
e cortei o escândalo.

Voltei pro mesmo
lugar e os dois ansiosos se falando,
até chegar suas namoradas
Trinta e Sete 
as duas pouco educadas,
já se chegando
e meus 42
aos 37 abraçados,
foi quando a Lara também me abraçou!
e pra não mandar recado
nem me sentir encurtado
também fui lhe abraçando.

É tão bonito
ver os quatro pelados,
torço a outros casais 
que sigam seus pés namorados
e que continuem se amando.


Ramon Cristóvão,
para minha namorada Lara Nicolau

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

a TODOS

Abstracionismo
Escrito e quadrado,
Pratico a pouco a arte de escrever desalinhado
Transitando no mundo de escrever
Correto e errado,
Eu convido a quem quiser
Pra entrar comigo dentro de algumas telas
E roubar a alma de quadros.

Uma salva aos sentimentos distorcidos
E aos ajuizados.
Vamos sair do obvio
E comer no prato já comido
Servindo-se o máximo que puder
Dos podres engolidos
E os regurgitados,
Ao invés de mandar calar a boca
Morda a língua
Com suco desnatado,
Cole o rosto e grite mais alto do lado,
Escuta com os dois ouvidos,
O outro pode ta escutando
Errado.

Sejamos mais sentidos,
Ativos
Inusitados,
Não seja
Algo pronto e
Acabado,
Seja mais cativo!
Vamos ser ator
Não só de nome,
Que tal de fato?

Eu também penso quadrado,
quando saio retangulado
me encho de esperança
pois vou alimentar
o sonho presente
escrevendo compulsoriamente
deixando uma citação
de lembrança.

“Mais vale uma galinha feliz
Do que um macaco chorão.

pira, mas não fica parado cabeção!!!
Ramon Cristóvão

Anedota

Intitulado: Diálogo de pedreiro com a mulher que passa.

Mulher inicia a travessia de 3 metros em frente à construção, e a conversa flui.

Pedreiro: Fiu fiu!!!
Mulher: ...
Pedreiro: Bom dia princesa!
Mulher: ..
Pedreiro: que perna linda meu amor.   
Mulher: .
Pedreiro: delícia.
Mulher:
Pedreiro: Gostosa.
Mulher
Pedreiro: muito gostosa.
Mulhe
Pedreiro: se eu te pego.
Mulh
Pedreiro: delícia
Mul
Pedreiro: safada
Mu
Pedreiro: tamanho do rabo... fod.. (ao colega)
M
Pedreiro: trás areia pra cá porra.

...

Outra mulher, outra conversa
Pedreiro: Fiu fiu!
Mulher: ...
Pedreiro: Bom dia princes
Mulh
Pedreiro: Gostos...
Mu
Pedreiro: Saf...

Trás areia ai porra... 


Ramon Cristóvão

               

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Meu samba ao Bezerra da Silva (homenagem)

Quem foi que falou
Que o Bezerra é da Silva?
Ele era do samba?
Ou será que ele era da vida?

Malandro esperto falando
Da erva proibida,
A comentada
A planta de nível
Mais alto
A falada
A mais discutida

Se solta ou se prende
Nem to fazendo apologia,
Mas se não puder fumar
Erva
Toma Bezerra um chá de birita.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Minha trilha para o "Cordel do amor sem fim"

Vou... vou circular....
vou pelo norte 
do Brasil,
começando em Macapá

vou... vou circular...
levando comigo
um Cordel
nordestino com a pegada do
amapá

vou... vou circular...
mas não me pinte 
caboca, que eu quero 
viajar..

sou pedra, sou peixe, sou índio
indo em março
pro Rio. 
Pra depois 
circular... 

Uooo... Uooo...
Vou... vou circular...

Ramon Cristóvão

O mais famoso

Oh formosa forma que se forma no meu coração,
Diz a esta desinformada a forma da minha paixão
E informa a forma formatada formula do meu coração
Informando a ela que de mim não recebe um não,

Meu coração formatou-se de um jeito formal,
Mas me informei que o coração dela tinha tal
Informação, que ela própria disse
Que meu coração tinha uma estranha forma oval.

Foi ai que se informou minha informação
Informei a família dela que formalmente me entregou sua mão
Dona Formatina mais seu Formatão
Indagaram qual era minha formação

Disse-lhes; sou bem informado
Tenho grande formação
Passei quatro anos fardado
Para receber um canudo formatado
Na palma da minha mão.

Ramon  Cristóvão

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fluxo de pensamento

Calcado em minha megalomania
Respeito à arte de fazer arte,
Durante a noite durante o dia
Respeitai a senhora
Que julgas burra
Observai a antropologia,
Nem por um milhão de pensamentos
Será capaz de te julgar conhecedor
Em face de qualquer coisa que puser valia,
Aos teatrores da nova era
Escuta nas ruas o som dos trovadores
em silencio ouves açoites
de quem hora te respeitava
hora te distorcia...
Quem sabe Cristo, nossa senhora!
Fale de manso, de magia
Meta romance na calmaria
Observa as folhas que caem no fim do dia
É resto de tarde se esvaindo
É começo de noite se apresentando
E quanto mais os homens dormem
Cada vez mais o mundo vai terminando.
O sol já não nasce,
Irradia.
Cata com fé todos os amores
E conferes quantos tivestes durante toda via
Mas não esqueça dos mil minutos
Do teu amor que calou tua boca
Quando não podia.
Respeitai a antropologia
Acolha em tua casa todos os seres
Mesmo os de varginha
Que não se distanciam muito de todos nos
Pois cagamos n’água dentro de uma vasilha
Finges que a merda foi embora
Mais continua ali debaixo de ti,
Numa caixa de merda
Que fazes em teu terreno
Enquanto vai te embora
Tudo fica ali apodrecendo.
Te julgas limpo, arrumado,
 Perfumoso,
Calçando panos
Em teus pés que não
Retrucam.
As tuas mãos deixas descoberta
Pois é com elas
Que destrói, transforma e cria
Come todo pão,
Molha no café da padaria
Eu ao final não te rezo conselhos
É melhor continuar respeitando
A torta da antropologia.

Ramon Cristóvão

O que se pode falar da chuva?

A chuva sempre cai inteira
E vai passar,
Cai ralinha,
Cai grosseira,
Mas vai passar,

Caso em sua casa tenha buraco na telha,
Vai pingar,
E talvez os pingos da goteira
Possam inundar,
A sala,
A cozinha,
O seu banheiro
Ou seu lugar

Deixa que depois o sol venha parceiro
Pra te ajudar,
 Jogando pro vento a chuva caída
E pedindo pra terra umedecida,
Pra te ajudar
A secar.

Caso num passe vamos torcer que vai passar
Mais num pode ser que uma chuvinha faceira
Faça-nos para
A um marasmo na goteira que vai ficar
A chuva é passageira e vai passar
Ela cai inteira, mas vai passar
Pinga goteira, sala de estar
Chuva, lameira, o que vai ser?
O que será?

Cai gotinha atrás da outra
Molhando de pingo a roupa sem respingar
E a terra bem sequinha
Vai enxugar a musiquinha maneira
Sobre a chuva passageira
Que vai passar.


Ramon Cristóvão

amor?

Os olhos,
Se
E quando falam
Calam-se ao do outro.

Pronto, nasceu o amor.
Agora deixa tudo direcionado,
E começa a mastigação.

Sendo superficial
Menos comido,
Mais mascado
Como bom chiclete, amor com gosto
Sem me deixar alimentado.

Sendo natural feito fraterno
Esse se requenta quando aperta,

O de um amigo ao outro?
Deixa que o tempo leva e traz,
Mas esse nunca vai,

O de uma criatura para a outra,
Sem laço conjugado.
De um canto;
O “não” muito bem preparado,
Senhoras e senhores
Do outro umas mentiras afinadas,
Tudo bem balanceado.
Na medida.

E ninguém fala de amor.

Fala que ama
Nem tabela
Nem diretriz,

Diz que sente,
Não demonstra, salvo
Quando por um triz.

Enfim
“O gesto de nobreza”
Tratar o homem
Com fineza
E a mulher
Com louvor,
Venho eu a primeira
Vez falar de amor.

Cada um no seu lugar
E todo mundo
Junto por um lado,
E outros de nós mais digeridos
Do que mastigados, o primeiro
Com proteína
O segundo com sabor variado.
Muda o sabor,
Mas sempre, ou quase sempre adocicado

Será que cabe em baixo da
Escada?
Pergunto ao clássico.
Ou dentro de um armário?
Cadê os livros?


Quem sou eu?
O verbo na primeira pessoa?
Ou ele conjugado?

Eu te amo
Tu me amas
Sinto-me amado

Amor de Jesus,
A todos sem ser amado?
De onde nasceu isso?
Do drama ou do pecado?

Não vou falar de amor,
Deixa cristo na cruz
Sem que pareça pecado
Um pouco mais de sofrimento

No próximo poema
Eu falo.

Arrisco a
Por o amor mais em foco
Sem deixar
O drama de lado.


Ramon Cristóvão

Dorga

Eu to pra rachar o ovo,
Estalo, estalo, crack!
Dorga americana,
Vou nascer de novo,
Crack!
Quebraram o ovo,
To pra nascer de novo.
Crack.
Crack.
Dorga!


Ramon Cristóvão

Encantamento do ator para com o todo (dentro e fora)

Eles atravessaram o centro do palco,
 cada um no seu compasso.
Todos sorriram
Aos meus olhos,
E o brilho que exalavam
me encantava,
Eles fizeram silencio,
E eu sorri,
Mesmo depois do início do espetáculo eles me encantaram
E cantaram
O radical cant.
Ate o termino daquela sessão,
Eles me encantaram
...
O espetáculo não acabou,
Aquele público se esvaiu.
Eles para o camarim,
O diretor por lá
Eu por tu,
Tu, por mim.
No fundo muito raso
Eu sentia
Que quanto mais apertasse,
Mais eu os queria
E por seguinte eles se abraçaram,
E eu sorria,
O omisso
Apareceu
E até o falante
Ouviu,
Nada mágico
Nada impressionante
Tudo humano
Tão amável quanto
 sua própria
Plenitude.
Nem sei onde guardaram aquelas
Figuras,
Nem sei se elas são guardáveis
Ou se correm por lá
Ou por aqui
Ou por lá
Ou ai,
Mas o mais curioso
É que mesmo vestidos
E ate sem sorrir,
A existência deles;
Encanta-me.
Do principio ate o sem fim. 

Ramon Cristóvão