Calcado em minha megalomania
Respeito à arte de fazer arte,
Durante a noite durante o dia
Respeitai a senhora
Que julgas burra
Observai a antropologia,
Nem por um milhão de pensamentos
Será capaz de te julgar conhecedor
Em face de qualquer coisa que puser valia,
Aos teatrores da nova era
Escuta nas ruas o som dos trovadores
em silencio ouves açoites
de quem hora te respeitava
hora te distorcia...
Quem sabe Cristo, nossa senhora!
Fale de manso, de magia
Meta romance na calmaria
Observa as folhas que caem no fim do dia
É resto de tarde se esvaindo
É começo de noite se apresentando
E quanto mais os homens dormem
Cada vez mais o mundo vai terminando.
O sol já não nasce,
Irradia.
Cata com fé todos os amores
E conferes quantos tivestes durante toda via
Mas não esqueça dos mil minutos
Do teu amor que calou tua boca
Quando não podia.
Respeitai a antropologia
Acolha em tua casa todos os seres
Mesmo os de varginha
Que não se distanciam muito de todos nos
Pois cagamos n’água dentro de uma vasilha
Finges que a merda foi embora
Mais continua ali debaixo de ti,
Numa caixa de merda
Que fazes em teu terreno
Enquanto vai te embora
Tudo fica ali apodrecendo.
Te julgas limpo, arrumado,
Perfumoso,
Calçando panos
Em teus pés que não
Retrucam.
As tuas mãos deixas descoberta
Pois é com elas
Que destrói, transforma e cria
Come todo pão,
Molha no café da padaria
Eu ao final não te rezo conselhos
É melhor continuar respeitando
A torta da antropologia.
Ramon Cristóvão