quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Doces palavras, amargas palavras...

A língua se não fosse ácida
talvez corroesse menos as palavras
quando esta fosse desferida 

Quando cuspidas
algumas sobram e são respingadas 
e atingem os ouvidos

o cérebro sempre enclausurado 
regurgita pela boca 
outras ácidas palavras 
que ora engole com a cabeça
pelos ouvidos. 

Palavras mastigadas
chegam a incomodar e a entupir os ouvidos
faladas ou engolidas
a gula das palavras 
muitas vezes bastam
as vezes gosto de ouvir não as palavras,
mais os sentidos.     


Ramon Cristóvão

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