O desespero me chegou a boca,
essa coisa toda me faz balançar
a casca é de um homem
por dentro um menino correndo de um lado pro outro querendo se achar
(sou o tempo todo)
ele ficou muito tempo rodando sem saber onde ir,
se eu respiro ele também precisa de ar
sinto e também sou gente
e nem tão diferente sou igual a todos e quero amar.
Algo me consome a muito tempo
esse amor doente que me rouba pensamentos quando estou presente ou ausente,
espero ser humano e que tão perfurado quanto a qualquer outro eu possa ficar.
Que me cortem com uma palavra ou com um gesto
e mesmo que a dor seja tamanha
enquanto eu viver nesta terra de gigantes serei sempre um alvo pronto pra
receber o corte, e quanto mais perfurado ainda sim não estou pronto pra matar.
E na minha lápide ou na de outros acenara a memória de homens,
mas por leitura crua se lê
"jaz aqui um futuro mato
ou quem sabe um pé de baobá."
Ramon Cristóvão
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